Marketing de Relacionamentos
Carinho antes, é interesse; depois é relacionamento”.
Gosto muito desta frase! Ela sintetiza a essência do marketing de  relacionamentos, posto que dentre as estratégias de marketing para obter  a  vantagem competitiva num cenário de alta competitividade, a sedução  constitui-se  na tática central.
Há cem anos Frederick W. Taylor já pregava: “Devemos recordar sempre que  o mais  importante em qualquer negócio são as boas relações” e Peter Drucker  corroborava: “No século XXI, os relacionamentos serão a maior geração de   riquezas”. 
Há alguns anos atrás quando ainda não existiam super-mercados e  magazines os  comerciantes praticavam o marketing de relacionamentos de forma  intuitiva e  espontânea. Conheciam e sabiam das preferências de sua clientela e a  tratava de  forma personalizada, com isso conseguiam clientes fiéis por uma vida  toda. 
Presenciei outro dia um fato que me fez sentir a força do marketing: um  amigo  recebeu uma mensagem de um motel parabenizando-o pelo aniversário e  presenteando  com uma estadia gratuita sem restrição de dia ou horário. Percebi duas  coisas: a  satisfação do amigo por ter o aniversário lembrado e a ausência de  condicionantes por parte da empresa.
Vemos muitas ações iguais a esta, porém com restrições! Em determinados  segmentos de mercado, a benesse só tem validade para determinados dias  da semana  ou em determinadas condições. Isso não é carinho! Presentear é um ato  incondicional, sem pretensões, diferente das ações de fidelização dos  programas  de milhagem como, após a compra da décima pizza, temos direito à  décima-primeira  grátis, que será entregue no próximo , pois o estabelecimento não que  arcar com  o ônus do frete. Mesquinhez é pensar pequeno e pode redundar em efeito  contrário  ao pretendido. 
Fatores que promovem ou reforçam os relacionamentos são derivados de  atitudes  que atingem o emocional das pessoas, não o bolso. Este é foco do  cliente, não no  cliente, é perceber o que o contenta e o que o torna fiel à marca ou a  empresa. 
Toda manifestação de consumo tem caráter emocional por isto, quando  falamos em  marketing, estamos falando de ações que falam ao emocional dos cliente  e,  relacionamentos são pontes para chegar lá, são imãs que atraem clientes á   fornecedores, são as algemas que os retém. 
As táticas ganha-ganha estabelecem relacionamentos, senão vejamos o que  ocorre  nos processo de simbiose na sábia natureza: a flor empresta o néctar à  abelha e  em contrapartida esta a poliniza; algumas aves se fartam do frutos das  árvores e  para compensar espalham suas sementes pelo solo; o esquilo esconde as  nozes e  esquece algumas, realizando um plantio involuntário, promovendo a  perpetuação da  espécie.
Em tudo, “a primeira impressão é a que fica”, portanto não podemos  desperdiçá-la! Excelência no atendimento, cumprimento das obrigações  contratuais  (ou promessas) na entrega, aceitação das reclamações como uma  oportunidade de  correção e melhora do serviço ou produto, pois são oportunidades por  vezes,  únicas de o fornecedor mostrar seu desempenho, de agregar valor.  Clientes fiéis  reclamam quando têm uma experiência ruim porque querem ver seu problema  resolvido, acreditam na marca/empresa e querem melhorá-la, já os  clientes  infiéis vão embora sem o menor remorso e pior - ainda falam mal da  empresa.
É imperativo que tratemos os clientes de forma diferenciada, pois para o   consumidor a percepção é a verdade e não justificamos, discutimos ou  criticamos  percepções – simplesmente orientamo-nos por elas! 
Nosso dia-a-dia com fornecedores mostra-nos exemplos de como ferir  relacionamentos: os “Fale Conosco, que não dão retorno ou mandam  mensagens  automáticas sem direito a respostas! Os “0800...” que deixam o cliente  esperando  vários de minutos e ainda temos que ouvir uma gravação eletrônica sobre  as  "qualidades" da empresa!
Quando você se tornar um profissional de marketing, não esqueça do gap  de como  era tratado e de como gostaria de sê-lo! Pois necessidades, interesses e  desejos  derivam das emoções - emoção são manifestação de gente - gente é cliente  e  cliente é o objeto do marketing... há que ser ter empatia. 
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e Engenharia de  Producao na  Universidade Mackenzie (SP) e pós-graduação em Administração Estratégica  no IESC-  Instituto de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)