31/07/2012 12:52
Comprometer-se com uma atividade profissional exige certa dose de paixão.
Para que nos dediquemos de corpo e alma a um projeto é necessário que nos identifiquemos com ele. Da mesma forma que deve ser muito difícil conviver com alguém que não amamos, e quase impossível superar dificuldades ao lado desta pessoa, comprometer-se com uma atividade profissional exige certa dose de paixão. Pessoas apaixonadas têm uma visão diferente dos problemas - enxergam obstáculos como algo a ser superado, e não como um impedimento para suas conquistas. Dedicam-se ao seu trabalho com uma carga extra de energia, pois realmente querem alcançar seus objetivos e estão dispostos a certo grau de sacrifícios para tanto.
Quando não estamos muito animados, toda e qualquer dificuldade se transforma em uma boa desculpa para desistirmos de nossos projetos. Mas se queremos alguma coisa de verdade, o que para os outros é motivo de desânimo, para nós é apenas um inconveniente, e continuamos adiante. Da mesma forma, o preparo técnico é importante, pois onde os menos preparados são obrigados a parar, resolvemos as questões pendentes e seguimos em frente, deixando a concorrência para trás.
Note bem que há uma grande diferença entro o que chamamos de "workaholics" - ou viciados em trabalho - e aqueles que são realmente apaixonados por sua atividade profissional. Os primeiros têm certa compulsão por manter-se ocupados, fugindo, mesmo que de forma inconsciente, de outras áreas de sua vida em que talvez não se sintam felizes e nem muito à vontade, enquanto os apaixonados encontram prazer verdadeiro naquilo que fazem, e também encontram alegria nos momentos compartilhados com a família, os amigos, ou um hobby qualquer. Conheço muitos profissionais apaixonados - e muito bem sucedidos! Dá gosto ouvir como falam de seu trabalho. São verdadeiros artistas de diversas áreas, que colocam muito de si em tudo o que fazem, e por isso fazem tudo com tanta perfeição e beleza. Beleza, sim, porque realizam trabalhos harmoniosos, equilibrados, e que se encaixam exatamente àquilo a que se propõem.
Quando encontramos a pessoa certa, e nos apaixonamos por ela, gostamos de descobrir as coisas que gosta para que possamos presenteá-la, procuramos descobrir o que lhe agrada para que consigamos surpreendê-la, e esta jornada de aprendizado é muito agradável. Quando encontramos a carreira certa também precisamos conhecê-la, precisamos compreender o que envolve e buscar o conhecimento necessário para navegar por ela, percorrer grandes distâncias e alcançar o sucesso. Dedicar-se a algo que não gostamos, a um trabalho que não nos agrada, pode representar um sacrifício que não estamos preparados para fazer, transformando-nos em profissionais cujo desempenho deixa muito a desejar. Podemos inclusive influenciar negativamente outras pessoas envolvidas no mesmo projeto. Mas quando encontramos nosso verdadeiro talento, aquilo que sabemos fazer muito bem, e nos dedicamos a ele com vontade, transformamos nosso trabalho em uma onda poderosa capaz de arrastar consigo a colaboração de muita gente importante para o sucesso de nossos projetos.
Dedicar um pouco de atenção a nós mesmos, às coisas que gostamos e que despertam nossa curiosidade e nosso interesse, mesmo que à primeira vista pareçam muito simples ou sem importância, é um passo essencial para definirmos os rumos de nossa carreira - e de nossa vida. Um pouco de silêncio interior pode falar mais alto do que a avalanche de informações que nos atinge todos os dias, misturando emoções e valores, poluindo nossa percepção e prejudicando nossos sentidos, levando-nos a tomar decisões que parecem atraentes, mas que são incompatíveis com nossa alma, com nosso coração. Atração não basta quando se trata de projeto de vida, e precisamos de amor se estamos realmente buscando o sucesso.
Denise Rodrigues do Amaral, escritora, Bacharel em Direito pela Universidade Mackenzie, graduada em Teoria da Comunicação pela Universidade Mackenzie, pós-graduada em Teoria da Comunicação pela Fundação Cásper Líbero na área de comunicação e produtividade, consultora em Comunicação Empresarial e Relacionamento Profissional do Centro de Orientação, Atualização e Desenvolvimento Profissional (COAD) com mais de 450 artigos publicados. É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional
