GESTÃO DO CONHECIMENTO

06/04/2010 18:43

“O CONHECIMENTO SE PRODUZ EM MENTES QUE TRABALHAM.”

Thomas H. Davenport


No contexto atual da Era do Conhecimento, um dos maiores desafios enfrentados pelas organizações é o de gerir o conhecimento tácito, ponto fundamental para manter a competitividade num mercado cada vez mais exigente, em que agregar novos valores ao produto depende, basicamente, de uma gestão eficaz dos ativos intelectuais.

Conhecimento tácito, do latim tacitus, é quando o conhecimento não pode ser exteriorizado por palavras, assim, o conhecimento tácito nos leva a entender como pessoas especiais fazem coisas diferentes, como um craque de futebol se destaca em uma partida, como um artista de sucesso se mantém no topo naquilo que faz como um alto executivo consegue levar uma empresa a resultados fabulosos, dentre outros exemplos possíveis. Ou seja, como você faz alguma coisa que só você faz, ou o faz acima da média, sem nem mesmo saber muito bem como fez, praticamente sem explicação.

O presente paper apresenta uma construção baseada nos conceitos dos autores citados abaixo, abordando as questões de como as empresas podem criar ou transferir conhecimento, dados e informações para uma vantagem competitiva para as organizações.

O objetivo deste trabalho é apresentar uma integração entre os conceitos dos seguintes autores: Thomas H. Davenport e Laurence Prusak, em “Conhecimento Empresarial: Como As Organizações Gerenciam”, Karl Sveiby com “A nova riqueza das organizações”, Thomas Stewart no livro “Capital Intelectual” e Leif Edvinsson e Michael Malone na Revista de Administradores de Empresa. Perante as empresas estas obras são consideradas manuais de conhecimentos, como esses conhecimentos constituem uma vantagem competitiva para as organizações perante seus concorrentes e o mercado de trabalho.

Os conceitos estudados serão apresentados com a devida fundamentação teórica. Esta fundamentação propicia uma maior credibilidade ao trabalho, além de auxiliar no entendimento do tema e contribuir para a construção de um plano de melhorias mais consistente e adequado à realidade da empresa.

A produtividade do conhecimento é a principal preocupação dos gestores do século XXI. As empresas precisam transformar-se radicalmente para ter sucesso nesta nova realidade. Processos produtivos baseados em terra, capital, mão-de-obra, energia e matéria prima vêm perdendo espaço para novos modelos de produção intensivos em informação e conhecimento.

Segundo Davenport e Prusak (1998), no livro “Conhecimento Empresarial”, como as organizações gerenciam o seu capital intelectual firmando que conhecimento não é um dado nem uma informação, embora esteja relacionado com ambos, mas suas diferenças estão relacionadas normalmente com a gestões em presarial. É importante frisar que dado, informação e conhecimento não são sinônimos. O sucesso e o fracasso organizacional, muitas vezes, podem depender de saber-se de qual deles precisamos, com qual deles contamos e o que podemos ou não fazer com cada um.

As empresas investem pesadamente em prováveis soluções antes de saber exatamente quais são seus problemas e o resultado, como não poderia deixar de ser, é desastroso. Os dados não têm significado inerente, descrevem apenas parte daquilo que aconteceu; não fornecem julgamento nem interpretação, nem qualquer base sustentável para a tomada de ação. Dados nada dizem sobre a própria importância ou irrelevância. Porém, são importantes para as organizações, pois é matéria-prima essencial para a criação da informação.

A informação tem por finalidade mudar o modo como o destinatário vê algo, exercer algum impacto sobre seu julgamento e seu comportamento. Devemos pensar em informação como dados que fazem diferença.

Um ponto importante que Davenport e Prusak (1998),defendem é que o meio de comunicação não é a mensagem, embora ele possa influenciá-la fortemente. O que é entregue é mais importante que o veículo que o entrega.

O conhecimento é uma mistura fluida de experiência condensada, de valores, com informação contextual, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Sua origem é aplicada na mente dos conhecedores, e costuma estar embutido não só em documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais.

O conhecimento não é puro nem simples, é uma mistura de vários elementos; é fluido como também formalmente estruturado; é intuitivo e, portanto, difícil de colocar em palavras ou de ser plenamente estendido em termos lógicos, mas se desenvolvem ao longo do tempo através da experiência, que abrange aquilo que observamos de cursos, livros e mentores, e também do aprendizado informal.

Segundo Sveiby (1998), a gestão do conhecimento é a arte de criar valor a partir dos ativos intangíveis da organização. Já para o Gartner Group, ela é "uma disciplina que promove, com visão integrada, o gerenciamento e o compartilhamento de todo o ativo de informação possuído pela empresa. Esta informação pode estar em um banco de dados, documentos, procedimentos, bem como em pessoas, através de suas experiências e habilidades".

Teoricamente, é baseado nos conceitos expostos por Sveiby, Edvinsson e Stewart que dizem que dados são uma seqüência de símbolos, fotos, figuras e sons. Dados podem ser descritos, armazenados e manipulados por computadores.

Segundo Sveiby (2000) e Stewart (1998) informações são dados contextualizados. Por exemplo, a frase "O inverno em Paris começa em dezembro" é um exemplo de informação (um conjunto de caracteres dentro de um determinado contexto). As informações também podem ser armazenadas e manipuladas por computadores. Uma diferença fundamental entre dado e informação é que o primeiro é puramente simbólico, enquanto que o segundo tem significado.

Assim, é absolutamente errado falar de um "portal do conhecimento" em um computador. Em computadores só temos base de dados ou de informações. Se a informação está, como já dissemos associada à semântica (ou ao significado), o conhecimento está associado à prática, à ação.

Para Sveiby (2000) e Stewart (1998) referem que dados e informações podem ser armazenados, manipulados e processados pelos computadores. Com o conhecimento isso não acontece. O conhecimento é algo pessoal, vivenciado por alguém. Não pode ser armazenado nem processado por computadores. Só pelas pessoas.

O conhecimento humano refere-se tanto à capacidade, habilidade e experiência, quanto ao conhecimento formal que as pessoas detêm e que agregam valor a uma organização. O conhecimento humano não é, entretanto, propriedade das empresas. As pessoas, não são “patrimônios” das organizações desde, pelo menos, o fim da escravidão, e os seus conhecimentos. O capital humano é um ativo intangível que pertence ao próprio indivíduo, mas que pode ser utilizado pela empresa para criar valor.

Portanto, com base em todos esses conceitos vistos nesse paper no qual cito cinco autores que esclarecem as diferenças entre dados, Informações e conhecimento, dentro das organizações, sugiro que, para melhor aproveitamento desses conhecimentos, deve ser criado um processo sistemático e ético de coleta de informações das atividades desenvolvidas dentro das organizações e, se possível, criar um “Programa Interno” para disponibilizar a todos os seus funcionários.

Para Davenport e Prusak (1998) de nada adianta montar uma estrutura de coleta de informações sobre o ambiente de negócios, gerarem os primeiros relatórios para, em seguida, paralisar esta atividade. Da mesma forma, um método deve ser estabelecido e mantido desde o início até o fim da atividade. Além disso, o processo deve ser ético, para preservar a imagem da empresa entre as concorrentes e os clientes.

Principalmente, se implantarmos em rede um sistema que pode ser permanente e usa intensivamente as tecnologias de comunicação e informação. Sua constituição tem como objetivo atingir metas que não seriam alcançadas sozinhas, ou seja, a contribuição indispensável da tecnologia como fonte de caminho para transmissão desses novos conhecimentos.

A construção desse trabalho proporcionou um aprimoramento de novos conhecimentos relacionados como é a visão dentro das organizações perante novos conhecimentos. As empresas quando têm como objetivo tornar acessíveis grandes quantidades de informações, compartilhando da melhor maneira possível suas práticas e tecnologias tornam mais fácil essas trocas de informações.


REFERÊNCIAS
DAVENPORT, Thomas H; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. 3º ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

GARTNER GROUP, O mal do século. HSM Management Informação e conhecimento para gestão empresarial, São Paulo: Savana, 1997.

KATALITOS, Petros; EDVINSSON, Leif; MALONE, Michael S. Capital intelectual. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo: Fundação Getulio Vargas, 1998.

STEWART, Thomas A Capital Intelectual. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

SVEIBY, Karl Erik. A nova riqueza das organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

SVEIBY, Karl Erik. O valor do intangível. HSM Management: Informação e conhecimento para gestão empresarial, São Paulo: Savana, 2000.