Ética na Consultoria

25/09/2013 13:02

As virtudes capitais de um Consultor podem ser identificadas a partir da observação de parâmetros. Comecemos com o da Moral e Ética.

 

Pode-se apontar a Honestidade - tanto a Pessoal quanto a Profissional - como sendo um traço que enfatiza os ideais de dignidade no trabalho e de conduta ilibada na vida dos seres humanos, em especial dos profissionais que tenham, por pressuposto, de estabelecer relações sensíveis com seus clientes, decorrentes do distanciamento crítico, do olhar de estranhamento, não comprometido com o dia a dia da organização.

É o caso das intervenções da Consultoria, construindo com o cliente o diagnóstico, identificando o real problema,  analisando, interpretando, estimulando um sem nº de alternativas, buscando o consenso, fixando metas, acompanhando a implantação, oferecendo resultados de total integridade, em todos os sentidos, fortalecendo a relação profissional entre Consultor e empresa contratante, Cliente, e com isto contribuindo,  significativamente, para o aprimoramento da produtividade - avenida para a competitividade - e o desenvolvimento político, econômico e social do País.  

Os bons Consultores empregam de forma equilibrada o conhecimento atualizado, a experiência vivida e acumulada e a confidencialidade. É indispensável.  O Consultor, profissional em todos os sentidos, é, necessariamente, honesto e reservado.  Ele não aceita prestar serviços para encobrir malfeitos. E o seu posicionamento estaria comprometido se descobrisse estar sendo usado como "tapume" e permanecesse associado  a outros consultores, ou nos quadros de empresa de consultoria, ou de outras tantas que agem sob algum disfarce.  Para vender Consultoria-Tapume a organizações que  pretendem ou já adotam gestão temerária,  venda de produtos/serviços sem compromisso da entrega do prometido ou  socalcos abaixo da qualidade e da sustentabilidade apregoadas, ou tentam valorizar ações às esconsas de todos, sejam: acionistas, fornecedores, compradores, consumidores, sejam meios de comunicação, estes sempre céleres, mas rasos, e tribunais de contas,  conselhos e agências, no mais das vezes, com apurações demoradas, ou, ou...

O Consultor deve estar atento às "Contratações-Tapume", muito utilizadas por algumas organizações da área pública, outras não governamentais e por empresas à procura de endosso idôneo, a fim de preservar seus principais valores imateriais e intangíveis: os de natureza Moral e Ética. 

Igualmente, não contratar com organizações cujos gestores adotem condutas incompatíveis com a sua consciência profissional ao empregarem comportamentos sociais de apoio a preconceitos ou pré–condenação, ainda por preconceito, de preferências humanas de raça (etnia), gênero, opção sexual, de credo religioso ou ideário filosófico ou político, condição financeira, social, intelectual, idade, condição marital e outras, como deficiências físicas e mentais.

Finalizo citando um dos princípios éticos do Código de Ética do IBEF: Dever do associado. “...estimular a transparência em momentos de bons resultados e de contingências e crises na organização, principalmente quando tais situações acarretarem desdobramentos para outros setores da sociedade e o silêncio possa trazer prejuízos materiais e/ou morais à (pessoa) atividade, à entidade e à sociedade em geral”. E, lembrando do recente “vem pra rua”, feliz porque as organizações e as pessoas, em cenário de transição, convivendo com a realidade e a que se esboça,  são persuadidas a imitar o que a sociedade hoje produz de mais qualificado: cidadãos virtuosos.

Luiz Affonso Romano

Consultor Organizacional( há 40 anos) e Coach de Consultores.
Professor dos Cursos de Desenvolvimento de Consultores e Planejamento de Vida e Carreira/Trabalho e do MBA Formação de Consultores e Empreendedorismo.

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